Enfim.

Não existia mais um vácuo, agora o coração estava cheio, e era assim que queria que permanecesse por um longo tempo. A sensação era tão boa que poderia durar o infinito, o mundo poderia congelar naquele momento. Mesmo tendo o pé no chão, a sua mente voava livre, como nunca voou. Estava completa, como nunca esteve antes.

Memórias.

E o que mais queria era ter uma memória de elefante, para que cada momento fosse guardado para sempre, para quando quisesse consutá-los.
Lembrar da infância se tornava algo tão desejavel quanto uma criança deseja um doce da vitrine, as sensações de não ter preocupações a não ser o presente de natal e as roupas da boneca. Mas o que parecia era que a vida tinha começado ontem e por mais que tentasse nada mais que vagos momentos lhe passavam na cabeça, não sabia se tinha vivido ou se tinha pulado aquela fase e então dormia, para que as memórias fossem lembradas para nunca mais serem esquecidas.

Breve.

Buscava a liberdade, mas não conseguia nem livrar-se de si mesma.