Mais/menos

Queria ser mais, ser o que tanto esperam de mim, mas não consigo abastecer a mim mesma, quem dirá aos outros.

Coisinhas

Fiquei olhando pela janela do ônibus e até deixei o livro de lado para olhar aquele céu lindo, e as coisinhas tão simples que estavam lá fora e me fizeram sentir tão bem que depois daquele dia acordo cantando todas as manhãs e pensando quais serão as maravilhas do dia. Talvez um passarinho voando, uma nuvem engraçada, uma criança risonha, qualquer coisinha que me faça sorrir por dentro e por fora em meio a tantas coisas sem graça.

peso.

Meu coração tem um peso que não aguento, minha alma do tamanho do mundo, que não cabe em mim, ela quer sair, assim como lágrimas que escorrem em meu rosto.

Dentro.

O perigo de ficar sozinho em silêncio, é a chance de entrar dentro de si. Existem tantos caminhos e segredos na alma -que desconhecemos- que nos fazem ter medo de descobrir quem realmente somos, o que realmente queremos;por isso tantos evitam isso e vivem tão livres de si mesmo que não vivem a própria vida.

Livros.

Existem tantos mistérios atrás daquelas letras, tantas histórias em meio aquelas folhas, tantas coisas descritas naquele vai e vem de folhas que apaixonam, assim como uma dança onde cada frase parece um passo, e cada capitulo sugere uma coreografia que me enlaça e me faz querer mais.
Há tantos mistérios dentro de um livro há tanto tanto, que não sei descrever minha relação com eles, talvez sejam meu portal para um outro mundo- ou para todo esse mundo- talvez eles sejam minha maior paixão.

Cheiro

Era um lembrança, e entrava dentro dela como um sopro, um vento e a tomava toda, apenas um cheiro simples que remontava as mais nobres lembranças, e as mais queridas, de uma infância tantas vezes lembradas, mas nunca com detalhes que tanto queria.
Um simple cheiro de grama,acompanhado com o canto dos passarinhos, num final de tarde ensolarado de um dia bom.

Extremo

Sentimentalista ao extremo, era assim que se sentia, mas não gostava dos extremos, gostava da intensidade e é por isso que esperava muito, queria muito, imaginava muito.
Mas na realidade nada era intenso assim, e se o fosse, não durava o quanto queria que durasse.

O que desejo.

Já vi tanta coisa que nem me lembro mais.
Já fui tantas pessoas que nem tenho certeza do que sou.
Hoje preocupo - me em sentir tudo ao meu redor, talvez isso me basta, por mais simples que seja, é o que desejo ser, uma grande mistura de sensações.

Troca

Enjoei de mim.
Bem que poderia ter, assim, uma lojinha que desse pra me troca.

Egoísta

Os pensamentos passavam na cabeça como arrepios gelados, frios, como se fossem impróprios, sujos e egoístas, mas eram na verdade tristes e realistas, por isso lhe causavam medo, e angústia.
Como se nada fosse o suficiente, uma busca incessante por algo que nem sabia exatamente o que era, sentia- se egoísta por isso, por só buscar o que lhe fosse agradável, mas não podia.
Já não pensava apenas por si.

Só deles.

Surgia de dentro e parecia arrebentar o peito, como um suspiro tão forte e tão único, que nada explicava, não existiam palavras para descrever aquela sensação que era tão nova, tão boa e tão intensa. As horas passavam depressa mas era tudo tão calmo e tão quieto mesmo com o barulho da rua, era possível ouvir as batidas do coração. Os olhos brilhavam tanto e se encontravam, como numa dança, cada detalhe era importante, como se quisessem gravar tudo para não esquecer e não perder aquele momento único , como se ninguém nunca mais pudesse sentir aquilo, um sentimento só deles.

Enfim.

Não existia mais um vácuo, agora o coração estava cheio, e era assim que queria que permanecesse por um longo tempo. A sensação era tão boa que poderia durar o infinito, o mundo poderia congelar naquele momento. Mesmo tendo o pé no chão, a sua mente voava livre, como nunca voou. Estava completa, como nunca esteve antes.

Memórias.

E o que mais queria era ter uma memória de elefante, para que cada momento fosse guardado para sempre, para quando quisesse consutá-los.
Lembrar da infância se tornava algo tão desejavel quanto uma criança deseja um doce da vitrine, as sensações de não ter preocupações a não ser o presente de natal e as roupas da boneca. Mas o que parecia era que a vida tinha começado ontem e por mais que tentasse nada mais que vagos momentos lhe passavam na cabeça, não sabia se tinha vivido ou se tinha pulado aquela fase e então dormia, para que as memórias fossem lembradas para nunca mais serem esquecidas.

Breve.

Buscava a liberdade, mas não conseguia nem livrar-se de si mesma.

Sobreviver.

A ignorância lhe parecia tão atrativa, talvez não conhecer e não pensar fosse mais fácil. Não pensar e viver num mundo sem ideais, apenas sobreviver, feijão com arroz, saber da novela e imaginar que aquilo é real e que no fim tudo dará certo.
Mas dai sobreviveria e não viveria, talvez não fosse ela, talvez fosse, talvez queira, talvez não. Mas gostava de ser ela, e se não fosse, não seria e não ser é não existir. De fato,a ignorãncia é atrativa.

Apelo.

Por favor não me pressione, deixe-me me livre para sentir, deixe minhas ideias correrem pela minha cabeça, mesmo que não resultem em nada, só pelo fato de serem livres, e de me deixarem livre.Deixe-me correr por correr, apenas para sentir o vento sem ter uma razão, deixe-me viver sem razão, apenas viver.
Por favor não me pressione, deixe-me livre para sentir.

Não sei.

Já não sei o que falo, o que sou, o que como, o que penso, o que escrevo,o que quero, o que tento, o que faço, como faço,como ando, como me visto, como quero meu cabelo,como não quero, como olho para os outros, como olham para mim, como olho paro o mundo e ele me devora, já não sei mais o que sinto...
Mas isso, nunca foi novidade...

Vazio

Quando leu foi como um estalo, parecia então que tudo fazia mais sentido,e as coisas estavam mais resolvidas, talvez a confusão de sentimentos fosse apenas um vazio, no fundo na era nada.Isso justificava tudo, e fazia mais sentido, até mesmo sua frieza, sua inconstancia, não passava de um grande vazio.

Sensações

Entendia então o que gostava no mundo, o que gostava em si.Gostava do amor, da chuva, do frio, do Sol, do vento,da paz, gostava mesmo dos sentidos e principalmente das sensações. Gostava do que as coisas passavam para ela e o que elas a fazia sentir. Em momentos onde estava só,era onde se manifestavam e era por isso que, as vezes, lhe fazia tão bem estar sozinha e observar o mundo ao seu redor, para sentir o que ele passava, sentir as sensações do mundo.

Só.

Estava dentro de si como nunca esteve antes,entendia-se quase que por completo, mais estava só, precisava estar só para colocar tudo em seu lugar, como se existisse um lugar.O silêncio perpetuava e era a melhor canção, era a canção que queria ouvir, estava distante em um mundo só seu, e era aonde se encontrava.

Grande.

Fisicamente sentia-se pequena em relação ao mundo, mas a sua alma e a sua vida eram grandes, um infinito de possibilidades, uma página em branco que estava sendo escrita a cada dia.Sabia o que queria, uma vida de amor,mas não o amor romântico, um amor pela vida, pelos sentidos e tudo mais que lhe fosse agradável, era isso o que a esperava, era isso que sentia,e isso que vivia.

Realidade.

Hoje, pela primeira vez,vo posta um texto que não é meu.Eu li, achei super interessante e depois coloco a minha opinião aqui !

O Analfabeto Político
Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto politico. Ele não ouve,não fala, nem participa dos acontecimentos politicos.Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha,do aluguel,do sapato e do remédio, dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta,o menos abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio de empresas nacionais e multinacionais.

Depois de ler isso, nem sei por onde começar, é uma situação tão normal ao menos tempo que não deveria ser!
Este texto pode ser usado em varias situações,na escola, no trabalho, em varios lugares que constituem a sociedade e caracteriza bem pessoas alienadas , que preferem ficar na sua ignorância, pois assim não se incomodam.É revoltante que não olhem o próximo e a si mesmos, como se os problemas estivessem tão longe que não pudessem ser resolvidos. Deixar para o outro fazer, confiar apenas na boa vontade dos politicos ,não é a solução para resolver os problemas da sociedade, o abismo que existe entre as classes sociais, a fome, o preconceito, a má qualidade de ensino, e todos os outros problemas do século. É hora de agir por si, e nãoo deixar que os outros respondam por nós, limitando nossos direitos. É um ano de eleição, vamos abrir os olhos e ver quem escolheremos para nos representar!

Horizonte

O futuro lhe era promissor, quando enxergava o horizonte sabia que esse era o seu lugar,o infinito a esperava.Olhava as cidades ao redor, os paises, as culturas e tudo mais que era diferente e aguardava, cheia de ansia para sair pelo mundo e descobrir o que a esperava.

Simples.

Era um dia normal, até que desceu do ônibus e como sempre, subiu a rua correndo, sentiu uma brisa que a envolvia por completo, tanto por fora,quanto por dentro; e era tudo tão simples, mas tão intenso que gravou aquele momento e queria ficar ali por uma eternidade,e percebeu que era no mais simples, que estava o completo.

Cidade.

A cidade a noite era tão linda, era como um horizonte sem fim, um infinito, abria a mente, surgiam-lhe idéias do futuro, lhe passava um sentimento tão bom, talvez um dos únicos constantes dentro de si. Na sua ótica, a cidade a noite tinha um mistério, um charme característico daquela paisagem urbana,e tudo isso, num único olhar.

Pausa.

O mundo estava parado; como se tudo tivesse dado um tempo para se ajeitar, estava tão feliz, mas aquele sentimento de falta ainda perdurava,era um ano parado, um ano de espera.

Por enquanto

Parecia que tudo estava se resolvendo finalmente;e a sensação era tão boa mas ao mesmo tempo ruim.Agora teria um ponto final daquela história, ou então um novo capitulo, já não sabia direito o que queria, mas isso não era novidade, mas por enquanto, apenas parecia.

Sentimento permanente.

Felicidade, era isso o que sentia, estava tão a vontade nesse estado que percebeu que esse é o seu sentimento permanente e os outros que lhe ocorriam eram passageiros,apenas ocilações de humor.
Entendeu que isso ocorre com todas as pessoas,e sentia-se aliviada por o seu ser a felicidade.Ela possuia o que a maioria das pessoas buscavam, isso a confortava.

Vácuo

Andou em direção a porta,e ficou por ali, a cabeça estava cheia,mas por um instante, quando a apoiou junto dela,tudo parou, era como se entrasse em um vacuo mental, a ausência de pensamentos lhe trouxe paz, a tão procurada paz de espirito, e era isso o que ela mais queria.Foi um breve momento, até que algo a despertou e ela voltou a si, sentiu como se todos os seus nervos refizessem as ligações,caiu na realidade,e novamente sua cabeça ficou cheia.

Ser.

Algo a deixava feliz na sua inconstância,pois sabia que isso lhe caracterizava humana e lhe dava a pequena alegria do viver,do sentir ,até mesmo do ser; ser alguém.A fazia lembrar da liberdade,dava a opção de mudar, de ser o que realmente queria, sentir-se viva e não sentia culpa, pois sabia que essa é a maior caracteristica do ser humano.

Feliz.

Sentia-se feliz,mas a sua paz ainda não era plena,sabia que alguma coisa ainda estava faltando, era como se sempre algo estava faltando, talvez sonhasse alto, pensasse alto de mais, e o que lhe ocorria não era o suficiente, lhe era agradável, mas não o suficiente. Mas acreditava que algo melhor viria, ou será que queria acreditar, já não sabia,as perguntas sempre surgiam em sua cabeça e muitas vezes as respostas não apareciam de imediato, mas o que importava é que no momento, sentia-se feliz.

Momento

E por mais que soubesse que nenhuma atitude que ela tomasse iria mudar algo, ainda restava uma esperança,por mais hostil que ele fosse,ela ainda achava que era uma reação de defesa, que algum amor ainda existia ali.O tempo passava, e algumas coisas mudavam,mais não o sentimento estranho que ainda permanecia ali, era um sentimento misturado, um tanto amargurado, ao mesmo tempo esperançoso, raivoso, era um sentimento conturbado, coisas que nunca entendeucompletamente.Começou a entender o que aconteceu, percebeu que era fruto de suas convicções de que tudo tem que ter um fim, da maneira como queria, mas desta vez foi diferente, e restou aceitar.

Ano novo.

A sua maior vontade era sair pelo mundo, por mais que amasse a cidade, sentia que seu lugar não era ali, que tinha algo mais o esperando, como se sua vida ainda não tivesse iniciado, que o que viveu era apenas um preparatorio para o que viria.Mas ainda não era possivel, suas limitações juvenis o impediam de viver realmente o que queria, ainda mais que esse é seu ultimo ano de escola, está ansioso para a nova etapa que irá seiniciar, sente que esse ano algo vai mudar,sente que é diferente dos outros, que algo o espera,mesmo com magoas do passado é um recomeço, e dessa vez não é um ano novo simbólico, suas vontades aumentam, e o mais importante ele sabe esperar.